Por Flávia Fontes Oliveira
Marie Taglioni (1804-1884) talvez não seja a mais conhecida das bailarinas do período romântico da dança, mas ela carrega um feito, ou melhor, duas referências na história desta arte: ela foi a primeira a dançar um balé inteiro nas pontas e também estreou o tutu (romântico), figurino que para ocuparia o imaginário popular da e sobre a dança, criado por Eugène Lami (1800-1890) para La Sylphide (1832), de Fillipo Taglioni, pai de Marie Taglioni.
Essa versão do tutu, feito com anáguas de musselina, para dar volume a uma saia de crepe, reflete a evolução do figurino na dança e o torna determinante na cena. O tutu ajudou a criar a dimensão da bailarina romântica ao lado da técnica clássica, que evoluiu sensivelmente no início do século XIX, encontrando a expressividade, a poesia do corpo e a fluidez dos gestos, por exemplo. No palco, a bailarina representa um ser irreal, que quase não toca o chão, inspirada pela leveza.
A conversa vem de longa data e volta e meia os laços entre dança e moda se estreitam. Na dança ocidental, desde as cortes da Renascença, quando a dança social e a dança cênica dividiam o mesmo espaço e a roupa do cotidiano era também a roupa dos “espetáculos”, as duas manifestações estão ligadas.
Mas foi logo no início do século XX, que a dança e a moda afinaram o diálogo. De um lado, estilistas passaram a levar seu conhecimento para a cena, como Coco Chanel (1883-1971), uma das primeiras a desenhar para os Balés Russos de Sergei Diaghilev (1872-1929). De outro, a dança também trouxe contribuições para coleções de roupas e de acessórios.
Hoje, a velocidade da moda nem sempre nos permite observar com cuidado tantas referências. Mas no Brasil, neste inverno 2011, algumas coleções revisitaram o tema e surpreenderam com peças de inspiração no mundo da dança. Dois exemplos dessas releituras, a Maria Bonita Extra, mergulhada no universo do cotidiano da dança, com peças que lembram collants, meias, calças e outras referências distantes do palco; e a New Order, com seus sapatos e outros acessórios (como a bolsa em destaque) combinam a delicadeza e a força das sapatilhas de ponta e dos movimentos da dança.
Coleção Maria Bonita Extra: os bastidores da dança. Foto: divulgação |
Por falar em moda e história
Marie Taglioni e o primeiro tutu | Reprodução |
Essa versão do tutu, feito com anáguas de musselina, para dar volume a uma saia de crepe, reflete a evolução do figurino na dança e o torna determinante na cena. O tutu ajudou a criar a dimensão da bailarina romântica ao lado da técnica clássica, que evoluiu sensivelmente no início do século XIX, encontrando a expressividade, a poesia do corpo e a fluidez dos gestos, por exemplo. No palco, a bailarina representa um ser irreal, que quase não toca o chão, inspirada pela leveza.
Marie Taglioni nasceu em Estocolmo, em 1804, foi aluna de Coulon, especialista em pontas, mas seu grande mestre e coreógrafo foi seu pai, Filippo Taglioni, que fez suas variações e alguns balés inteiros para sua interpretação. Debutou em Viena, em 1822, entrou para a Ópera de Paris, em 1927, onde se consagrou com Ballet des nonnes e La Sylphide. Morreu em Marselha, em 1884.
Olá!
ResponderExcluirCheguei até vocês através do Facebook e achei seu trabalho bastante interessante. Também tenho um blog que fala de Dança.
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