segunda-feira, 19 de setembro de 2011

naBolsa | Ana Luisa Grecco

Ana Grecco: bolsa de bailarina lotada...

Por Marcela Benvegnu

“Na minha bolsa tem remédio pra dor de cabeça e para cólica (para as alunas adolescentes), grampo de cabelo para mim e lacinhos para o baby class, dois pen drives, um com músicas de balé e outro de jazz dance, minha carteira, agenda, duas sapatilhas, sendo que uma é rosa e outra é preta, e uma necessarie com escova de dente, pasta e protetor solar”.

Ana Luisa Grecco, 32, é professora de balé clássico e de jazz em Jundiaí. "Dar aula é compartilhar com as alunas tudo o que eu aprendi na dança. É aprender com elas a cada dia, conhecendo-as uma a uma e criando um laço vai além dos palcos”, diz.

Esse conluio de corpos em convulsão...

Por Ricardo Mattos*



“A possessão física continuava aí. Este cataclisma que era meu corpo... Após vinte e oito dias de espera, ainda não tinha voltado a mim – ou melhor dizendo, saído até mim. Até mim, esta montagem deslocada, este pedaço de geologia avariada”

Artaud, A Dança do Peiote

Foto: divulgação.

Saía todo desconjuntado... era muito esquisito ainda andarmos equilibrados naquelas duas flâmulas que insinuavam nossas quedas. Parecíamos todos dispormos dos gestos de maneira tão ordinária: um passo após outro... essa marcha simétrica tão pequena diante de suas possibilidades.

Aquelas escadas de saída faziam mesmo parte do cenário: nossos passos teimariam ainda em caminhar ordenados, sem ser assaltados pelos sobressaltos, solavancos dos movimentos aleatórios?

Na soleira do inesperado, a alameda dos sustos, o alarido dos surtos. Aquelas Dobras de Wellington Duarte e Vera Sala me fizeram visitar um corpo flácido, desmontado de suas significações cotidianas; grávido de novos sentidos inaugurados a cada passo. E cada passo era um salto. Entreguei-me a vagar aos tropeços etílicos; a experiência dessas pernas encurtadas que desafiavam o plano monótono das calçadas. Chegavam sempre depois ao chão, um gesto largo das pernas que demoravam no ar e espraiavam no chão desequilibradas, como em um elemento movediço.

Fremia meu corpo com aquele mesmo elemento do espetáculo: a exaustão dos provocadores no palco que contagiava nossos modos e garantia aquele conluio de corpos convulsionando em busca de outros gestos - esses comparsas do cataclisma.

* Texto livre sobre a experiência no espetáculo Dobras (criação, execução e interpretação de Wellington Duarte e Vera Sala), exibido de 08 a 11/09, no Centro Cultural de São Paulo.
Ricardo Mattos é poeta e psicólogo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Iniciativas


No último dia 14, foi lançado no CEU Paraisópolis, em São Paulo, o Projeto de Ballet Clássico na Comunidade, idealizado pela bailarina e professora Monica Andreatta Tarrragó em parceria com a União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis.

O projeto pretende atender cerca de 300 crianças e o início das atividades está previsto para fevereiro de 2012. Para tanto, todos os pretendentes às vagas precisam estar matriculados no ensino fundamental e ter regularidade nas aulas. Além das aulas, os meninos e meninas terão ações com profissionais do universo da dança, como mestres, bailarinos, músicos, ortopedistas e fisioterapeutas.

O projeto foi aprovado pela lei Rouanet e precisa do apoio fundamental para seguir em frente.