terça-feira, 9 de agosto de 2011

Deus está nos detalhes

Por Flávia Fontes Oliveira
Marcelo Gomes em aula na SPCD.
Foto: Divulgação | SPCD
Em uma só sequência de saltos, ele mostra a que veio. Para a dança, o manége é um do tour de force masculino presente em muitas variações. Grosso modo, são os saltos ao redor do palco que os homens dão. Força, impulso, leveza, flexibilidade, a combinação esperada, quase vulgar (no sentido de comum), mas de difícil equação, por vezes, ímpar.

Marcelo Gomes, bailarino entre os principais do American Ballet Theatre, brasileiro de Manaus, ensaia no Brasil para duas apresentações com a São Paulo Companhia de Dança, no Teatro Alfa, na temporada de 26 a 28 de agosto, o balé de 1960 de George Balanchine, Tchaikovsky pas de deux. Para além da precisão, chama atenção a matemática do corpo, a inteligência específica da dança, o detalhe do braço, um salto mais alto, a suavidade nas realizações difíceis.

Ele também é gentil. Pergunta à parceira, também linda bailarina Paula Penachio (aguardem um perfil), como pode ajudá-la, propõe soluções aos dois.  Ele respondeu três perguntas à Revista de Dança, em primeira mão.
 Com Paloma Herrera em O lago dos cisnes
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Depois ser reconhecido no mundo como grande bailarino e partner, o que te faz vibrar no palco?
Marcelo Gomes: São várias coisas emocionantes para mim no palco. Não só todo trabalho que de ensaios, de suor, de emoções você que vive no estúdio, o tempo que dedica para colocar um balé, uma coreografia no palco até o aplauso e reconhecimento do público. Isto faz com que o artista continue. O aplauso alimenta a alma ainda para mim. Além disso tudo, eu gosto muito de contar uma história, isso para mim ainda me faz querer estar no palco sempre.

Mesmo que a história se repita?
Marcelo Gomes: Agora nunca é a mesma história. Tentamos tirar um pouco daqui, colocar um pouco lá. O que vai me inspirar desta vez que faço O lago dos cisnes ou Tchaikovsky pas de deux? Tentamos ser o mais espontâneo possível.

Qual é seu grande papel?
Marcelo Gomes: Desde pequeno, vejo vídeos de Giselle (1841, coreografia de Jean Coralli e Jules Perrot). Quando fiz o príncipe Albretch, foi um momento especial na minha vida, por ser um papel que sempre quis fazer e, no palco, quando o fiz pela primeira vez, não acreditava. Minha mente saiu do meu corpo e me vi ali sentado. É um papel que gosto muito de fazer e já está diferente da primeira vez que fiz. 

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