sábado, 6 de agosto de 2011

Telas em movimento: Vila Tarsila com a Cia. Druw


Por Marcela Benvegnu

Vila Tarsila com a Cia. Druw | Crédito: Divulgação
O final de semana de (e na) dança em São Paulo tem opções para todos os gostos e idades. O Grupo Corpo está em cartaz no Teatro Alfa com a estreia de Sem Mim, de Rodrigo Pederneiras, e a Cia. de Dança de Diadema também estreia Paranóia, de Ana Botosso e elenco, no Sesc Vila Mariana. Enquanto isso, o Teatro Vivo recebe a partir de hoje, Vila Tarsila, espetáculo de dança contemporânea infanto-juvenil da Cia Druw, com concepção de Miriam Druwe e Cristiane Paoli Quito.

A coreografia, assinada por Miriam, tem como mote as memórias de infância da pintora Tarsila do Amaral e remonta sua trajetória criativa, desde suas primeiras impressões sobre cores e formas até as origens dos elementos que influenciaram diretamente sua criação artística. A coreografia transporta o espectador ao mundo antropofágico da artista, demonstrando que sua obra nasceu das experiências visuais das inúmeras viagens realizadas e das brincadeiras na fazenda onde vivia em Capivari, interior de São Paulo.

A diretoras buscaram referências em algumas telas da pintora modernista para inspirar os seis bailarinos/intérpretes-criadores e a atriz Luciana Paes. “Depois de Lúdico (espetáculo anterior de dança infanto-juvenil inspirado nas obras do pintor russo Wassily Kandinsky), tivemos a ideia de pesquisar um pintor brasileiro, daí surgiu o nome da Tarsila do Amaral. Não tenho uma fórmula para coreografar para crianças, apenas tenho o desejo de explorar essa junção de linguagens. Adoro o que faço, é uma necessidade, acho que por isso que tem dado certo, pois o impulso é movido pela vontade de se cumprir um caminho. Sei que tenho que criar para crianças, elas me curam, é retorno sincero, energia que flui. É muito instigante”, fala Miriam. 

Segundo Miriam, produzir para crianças é um espaço a mais que se abre na Cia Druw. “Paralelamente ao trabalho de bailarina e coreógrafa, sempre estive envolvida em projetos ligados à criança. Durante 15 anos,  fui voluntária coordenando um projeto de dança em Interlagos. Foi um período muito especial da minha vida” ressalta a coreógrafa, que também tem um projeto para o público adulto . “Sinto que minha pesquisa sobre Van Gogh tem muitos subterrâneos a serem explorados. É sombra e luz o tempo todo em pinceladas alternadas. O elenco está muito envolvido, estudando muito”, diz.
Em Vila Tarsila, os cenários e figurinos são de Marco Lima e a trilha sonora original de Natália Mallo foi inspirada na obra de Villa-Lobos.

Paralelamente às criações, Miriam foi convidada, no ano passado, para dirigir o primeiro Corpo Estável de Dança do Teatro Municipal de Jundiaí. “O contrato é por um ano e faremos uma produção para 18 de dezembro, aniversário de 100 anos do Teatro Polytheama. Este projeto foi idealizado pelo ex-diretor do Teatro Municipal Wagner Nacaratto, que propôs o projeto dos Corpos Estáveis de teatro, dança e orquestra. Um importante acontecimento para a cidade. As inscrições foram feitas por um edital no final de 2010 e foram contratados sete bailarinos e dois estagiários que recebem salário pela prefeitura.”

ELA – Miriam Druwe tem uma trajetória extensa na dança brasileira. Premiada pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como melhor bailarina em 1993, dançou profisionalmente no Balé da Cidade de São Paulo e na Cisne Negro Cia de Dança. Já trabalhou ao lado de grandes ícones como Luis Arrieta, Ana Mondini, Vitor Navarro, Vasco Wellemcamp, Gigi Caciulenou, Ismael Guiser, Sacha Svertlof e outros.

PARA VER – Vila Tarsila, com a Cia. Druw. De hoje a 28 de agosto e dias 3 e 4 de setembro. Sábados, às 16h e domingos, às 15h, no Espaço Cultural Vivo (avenida Dr. Chucri Zaidan, 860 | Morumbi). Entrada gratuita. Mais informações: (11) 7420-1520

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